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Comunalismo

Fevereiro 8, 2009

Comunalismo

Comunalismo é um conflito étnico-nacional-religoso que se tornou uma epidemia mundial ao longo do século vinte.

É a rivalidade mortal entre dois ou mais nacionalismos religiosos vizinhos, como ocorreu na antiga Iugoslávia, entre sérvios ortodoxos, bósnios muçulmanos e croatas católicos. E também na Irlanda do Norte, entre nacionalistas irlandeses de confissão católica, contra protestantes pró-Inglaterra. Em Chipre, entre gregos ortodoxos e turcos muçulmanos. No Sri Lanka (antigo Ceilão), entre hindus e budistas. Já o conflito no Oriente Médio, especialmente o que opõe palestinos e israelenses, não é um conflito étnico ou religioso. Aliás, judeus e árabes se consideravam ambos “palestinos” até antes daa criação do estado de Israel, em 1948. Lá, o conflito só surgiu quando os sionistas europeus chegaram, expulsaram os habitantes nativos, destruíram seu país e forjaram na base da força militar e econômica um novo país. O sionismo é uma modalidade de fascismo; aqui, não se trata de comunalismo.

No Comunalismo, cada grupo adere à sua cultura nacional, à sua etnia e à sua confissão religiosa de uma maneira passional, mas superficial e formalista, e de um modo que desafia de forma letal um grupo vizinho igualmente superficial e formalista.

Esses grupos, em sua ideologia, são invariavelmente modernos, progressistas e coletivistas. O comunalismo foi bem descrito como um “egoísmo coletivo”.

“A última coisa que se espera encontrar nesses grupos fanáticos é espiritualidade ou piedade. Não o Interior, mas o exterior em seu modo mais brutal e superficial, é o que interessa aos ‘comunalistas’. Eles defendem a forma, mas matam a essência; matam pela casca, ao mesmo tempo em que esmagam o cerne vivificador. Matam não apenas seus supostos rivais religiosos: já mataram a si mesmos. O comunalismo, como toda paixão superficial – mas devoradora –, é suicida”, escreveu o autor britânico William Stoddart em “Remembering in a world of forgetting”(EUA, 2008).

No comunalismo, o apego à religião é superficial e formalista; da religião, não tira elementos de sabedoria e de clemência, manifestando, aocontrário, ignorância e intolerância em relação às formas religiosas estrangeiras.