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Lógica

Fevereiro 1, 2009

Estudei a lógica na idade de 17 anos e gostei muito. Não me esqueci ainda de modos de silogismo.

Eis os modos da primeira figura directa: Barbara, Celarent, Darii, Ferio.

Modos da primeira figura indirecta: Baralipton, Celantes, Dabitis, Fapesmo, Frisesomorum.

Modos da segunda figura : Cesare, Camestres, Festino, Baroco.

Modos da terceira figura : Darapti, Felapton, Disamis, Datisi, Bocardo, Ferison.

Sofismas: Equívoco, anfibologia, falácia da composição, falácia da divisão, falácia do acento, figura da dicção. Também, falácia do acidente, falácia da contradicção, petition principii, falácia do consequente, falácia de interrogações.

Falácia

Da Wikipédia, a enciclopédia livre.

Uma falácia é um argumento logicamente inconsistente, inválido, ou falho na capacidade de provar eficazmente o que alega. Argumentos que se destinam à persuasão podem parecer convincentes para grande parte do público apesar de conterem falácias, mas não deixam de ser falsos por causa disso. Reconhecer as falácias é por vezes difícil. Os argumentos falaciosos podem ter validade emocional, íntima, psicológica ou emotiva, mas não validade lógica.

É importante conhecer os tipos de falácia para evitar armadilhas lógicas na própria argumentação e para analisar a argumentação alheia.

Tipologia das falácias – com exemplos

Afirmar que algo é verdadeiro ou bom porque é antigo ou “sempre foi assim”.

Ex: “Se o meu avô diz que Garrincha foi melhor que Pelé, deve ser verdade.”

Em vez de o argumentador provar a falsidade do enunciado, ele ataca a pessoa que fez o enunciado.

Ex: “Se foi um burguês quem disse isso, certamente é engodo”.

Ocorre quando algo é considerado verdadeiro simplesmente porque não foi provado que é falso (ou provar que algo é falso por não haver provas de que seja verdade). Note que é diferente do princípio científico de se considerar falso até que seja provado que é verdadeiro.

Ex: “Existe vida em outro planeta, pois nunca provaram o contrário”

Tipo de falácia na qual a conclusão não se sustenta nas premissas. Há uma violação da coerência textual.

Ex: “Que nome complicado tem este futebolista. Deve jogar muita bola!”

  • Argumentum ad Baculum (Apelo à Força):

Utilização de algum tipo de privilégio, força, poder ou ameaça para impor a conclusão.

Ex: “Acredite em Deus, senão queimará eternamente no Inferno.”

“Acredite no que eu digo; não se esqueça de quem é que paga o seu salário”

É a tentativa de ganhar a causa por apelar a uma grande quantidade de pessoas.

Ex: “A maioria das pessoas acredita em alienígenas, portanto eles existem.”

“Inúmeras pessoas usam essa marca de roupa; portanto, ela possui um tecido de melhor qualidade.”

Argumentação baseada no apelo a alguma autoridade reconhecida para comprovar a premissa.

Ex: “Se Aristóteles disse isto, então é verdade.”

  • Dicto Simpliciter’ (Regra geral):

Ocorre quando uma regra geral é aplicada a um caso particular onde a regra não deveria ser aplicada.

Ex: “Se você matou alguém, deve ir para a cadeia.” (não se aplica a certos casos de profissionais de segurança)

  • Generalização Apressada (Falsa indução):

É o oposto do Dicto Simpliciter. Ocorre quando uma regra específica é atribuída ao caso genérico.

Ex: “Minha namorada me traiu. Logo, as mulheres tendem à traição.”

  • Falácia de Composição (Tomar o todo pela parte):

É o fato de concluir que uma propriedade das partes deve ser aplicada ao todo.

Ex: “Todas as peças deste caminhão são leves; logo, o caminhão é leve.”

  • Falácia da Divisão (Tomar a parte pelo todo):

Oposto da falácia de composição. Assume que uma propriedade do todo é aplicada a cada parte.

Ex: 1) “Você deve ser rico, pois estuda em um colégio de ricos.”

2) “A ONU afirmou que o Brasil é um país com muita violência e injustiça; logo, a ONU chamou-nos a todos nós brasileiros de violentos e injustos”.

Consiste em criar idéias reprováveis ou fracas, atribuindo-as à posição oposta.

Ex: “Deveríamos abolir todas as armas do mundo. Só assim haveria paz verdadeira.” Ou ainda, “Meu adversário, por ser de um partido de esquerda, é a favor do comunismo radical, e quer retirar todas as suas posses, além de ocupar as suas casas com pessoas que você não conhece.”

  • Cum hoc ergo propter hoc : (falsa causa)

Afirma que apenas porque dois eventos ocorreram juntos eles estão relacionados.

Ex: “O Guarani vai ganhar o jogo de hoje porque hoje é quinta-feira e até agora ele ganhou em todas as quintas-feiras em que jogou.”

Consiste em dizer que, pelo simples fato de um evento ter ocorrido logo após o outro, eles têm uma relação de causa e efeito.

Ex: “O Japão rendeu-se logo após a utilização das bombas atômicas por parte dos EUA. Portanto, a paz foi alcançada devido à utilização das armas nucleares.”

  • Petitio Principii :

Ocorre quando as premissas são tão questionáveis quanto a conclusão alcançada.

Ex: “Sócrates tentou corromper a juventude da Grécia, logo foi justo condená-lo à morte.”

  • Circulus in Demonstrando :

Ocorre quando alguém assume como premissa a conclusão a que se quer chegar.

Ex: “Sabemos que Joãozinho diz a verdade pois muitas pessoas dizem isso. E sabemos que Joãozinho diz a verdade pois nós o conhecemos.”

  • Falácia da Pressuposição :

Consiste na inclusão de uma pressuposição que não foi previamente esclarecida como verdadeira, ou seja, na falta de uma premissa.

Ex: “Você já parou de bater na sua esposa?”

  • Ignoratio Elenchi (Conclusão sofismática):

Ou “Falácia da Conclusão Irrelevante”. Consiste em utilizar argumentos válidos para chegar a uma conclusão que não tem relação alguma com os argumentos utilizados.

Ex: “Os astronautas do Projeto Apollo eram bem preparados, todos eram excelentes aviadores e tinham boa formação acadêmica e intelectual, além de apresentar boas condições físicas. Logo, foi um processo natural os EUA ganharem a corrida espacial contra a União Soviética pois o povo americano é superior ao povo russo.”

Ocorre quando as premissas usadas no argumento são ambíguas devido à má elaboração sintática.

Ex: “Venceu o Brasil a Argentina.”

“Ele levou o pai ao médico em seu carro.”

  • Acentuação :

É uma forma de falácia devido à mudança de significado pela entonação. O significado é mudado dependendo da ênfase das palavras.

Ex: compare: “Não devemos falar MAL dos nossos amigos.” com: “Não devemos falar mal dos nossos AMIGOS“.

Quando considera-se essencial o que é apenas acidental.

Ex: “A maior parte dos políticos são corruptos. Então a política é corrupta.”

  • Falácias tipo “A” baseado em “B” (Outro tipo de Conclusão Sofismática) :

Ocorrem dois fatos. São colocados como similares por serem derivados ou similares a um terceiro fato.

Ex:

  1. “O Islamismo é baseado na fé.”
  2. “O Cristianismo é baseado na fé.”
  3. “Logo o islamismo é similar ao cristianismo.”
  • Falácia da afirmação do consequente :

Esta falácia ocorre quando se tenta construir um argumento condicional que não está nem do Modus ponens (afirmação do antecedente) nem no Modus Tollens (negação do conseqüente). A sua forma categórica é:

Se A então B.
B              
Então A.

Ex: “Se há carros então há poluição. Há poluição. Logo, há carros.”

  • Falácia da negação do antecedente :

Esta falácia ocorre quando se tenta construir um argumento condicional que não está nem do Modus ponens (afirmação do antecedente) nem no Modus Tollens (negação do consequente). A sua forma categórica é:

Se A então B.
Não A          
Então não B.

Ex: “Se há carros então há poluição. Não há carros. Logo, não há poluição.”

Também conhecida como “falácia do branco e preto”. Ocorre quando alguém apresenta uma situação com apenas duas alternativas, quando de fato outras alternativas existem ou podem existir.

Ex: “Se você não está a favor de de mim então está contra mim.”

  • Argumentum ad Crumenam :

Esta falácia é a de acreditar que dinheiro é fator de estar correto. Aqueles mais ricos são os que provavelmente estão certos.

Ex: “O Barão é um homem vivido e conhece como as coisas funcionam. Se ele diz que é bom, há de ser.”

  • Argumentum ad Lazarum :

Oposto ao “ad Crumenam”. Esta é a falácia de assumir que apenas porque alguém é mais pobre, então é mais virtuoso e verdadeiro.

Ex: “Joãozinho é pobre e deve ter sofrido muito na vida. Se ele diz que isso é uma cilada, eu acredito.”

É a aplicação da repetição constante e a crença incorreta de que quanto mais se diz algo, mais correto está.

Ex: “Se Joãozinho diz tanto que sua ex-namorada é uma mentirosa, então ela é.”

  • Plurium Interrogationum :

Ocorre quando se exige uma resposta simples a uma questão complexa.

Ex: “O que faremos com esse criminoso? Matar ou prender?”

  • Red Herring :

Falácia cometida quando material irrelevante é introduzido no assunto discutido para desviar a atenção e chegar a uma conclusão diferente.

Ex: “Será que o palhaço é o assassino? No ano passado um palhaço matou uma criança.”

  • Retificação :

Ocorre quando um conceito abstrato é tratado como coisa concreta.

Ex: “A tristeza de Joãozinho é a culpada por tudo.”

  • Tu Quoque (Você Também):

Falácia do “mas você também”. Ocorre quando uma ação se torna aceitável pois outra pessoa também a cometeu.

Ex:

  1. “Você está sendo abusivo.”
  2. “E daí? Você também está.”

Quando o argumentador transfere ao seu opositor a responsabilidade de comprovar o argumento contrário, eximindo-se de provar a base do seu argumento.

Ex: “A Fada-do-Dente existe, pois ninguém nunca conseguiu provar que ela não existe.